quarta-feira, 25 de abril de 2012

Moradores do Santo Antônio pedem mudanças em festa



Torre do Convento do Carmo
 Os moradores do bairro histórico do Santo Antônio Além do Carmo, no Centro Histórico de Salvador, querem que a tradicional festa do padroeiro, em 13 de junho, seja mais aconchegante e com menor número de dias. O assunto foi tema do debate na Ouvidoria da Câmara Municipal esta semana. Com o apoio da ouvidora-geral, vereadora Olívia Santana, foi criado um grupo de trabalho para assumir e dar novos contornos à festa, a começar por reduzir os dias de comemorações. Os festejos sempre acontecem nos 13 primeiros dias do mês de junho, acompanhando o calendário religioso. A partir de 2012 serão apenas cinco dias. Os moradores também propõem a diminuição de barracas e maior participação de grupos culturais e artistas locais na programação do evento.

De acordo com Olívia Santana, em audiência pública realizada no bairro, "os moradores reclamaram que a festa estava completamente desconfigurada e que há muito havia deixado de trazer alegria, sendo atualmente causa de transtornos para a comunidade". Segundo ela, já naquela reunião o objetivo era que fosse reformulada. No próximo dia 4 de maio, no Pestana Convento do Carmo, o grupo volta a reunir-se e desta vez com a participação de representantes da Defensoria Pública, Ministério Público, Polícia Militar, moradores e demais órgãos responsáveis pela realização da festa.



O bairro do Santo Antônio Além do Carmo começa no final da Ladeira do Pelourinho, no Centro Histórico de Salvador. Ainda guarda o charme próprio de cidades do interior, com casario histórico, a grande maioria ainda ocupada por moradores antigos e famílias tradicionais. A Rua Direta do Santo Antônio tem várias atrações, a começar pelo Pestana Convento do Carmo, hotel de luxo que é considerado um dos melhores da cidade, e a Igreja do Carmo (ainda fechada). Pertence ao museu da igreja a famosa imagem sacra do Cristo Atado à Coluna (obra do escultor Francisco Chagas, conhecido como o Cabra), com seus expressivos olhos de rubis.

Caminhando pela rua que leva ao Santo Antônio, a mesma por onde passa o cortejo dos festejos pela Independência do Brasil na Bahia, a festa tradicional e cívica do 2 de julho (1823) pode-se observar a presença de pousadas, antiquários, restaurantes com vista para o mar da Baía de Todos os Santos. No final da rua direta descortina-se a Praça Barão do Triunfo, onde ficam o forte e a igreja matriz e de onde também pode-se admirar a vista do mar. A igreja de Santo Antônio abriga a festa religiosa, com a trezena ao padroeiro. Defronte à ela, na praça, são montadas barracas de comidas e bebidas típicas do mês junino. O forte de Santo Antônio data de 1695, mas sofreu reforma no século XX,  é tombado pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) desde 1981 e transformado em espaço cultural em 1997, quando passou a ser conhecido como o forte da capoeira.

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