sexta-feira, 27 de abril de 2012

Projeto do bairro Santa Tereza foi apresentado ao público

Público e empresários ouvem palestra sobre o projeto Santa Tereza

Se forem postas em prática todas as ações contidas no Projeto do Bairro Santa Tereza, apresentado  ao público na Associação Comercial da Bahia, no Comércio, nesta quinta-feira, 26, a região do Largo 2 de Julho e adjacências ao Museu de Arte Sacra (Rua do Sodré), no centro antigo da cidade,  terá realmente uma "nova cara". De acordo com a proposta da prefeitura, o conjunto de intervenções urbanas atingirão também a Ladeira da Preguiça, Areal de Cima e Areal de Baixo, além da Rua Carlos Gomes, com a construção de áreas de convivência e lazer (aproveitando dois terrenos baldios no bairro), e obras de infraestrutura, como melhorias de calçamento, vias (escadarias) e iluminação.

Para o turista que ainda não conhece a região: o Largo 2 de Julho e o bairro de Santa Tereza, assim como o bairro dos Aflitos, ficam paralelos à Carlos Gomes, rua de  retorno do Circuito Osmar, no Carnaval de Salvador. São muitos os atrativos. Em primeiro lugar, por serem bairros residenciais: onde há morador, há cultura na essência. Depois, pelos atrativos que podem ser visitados: Museu de Arte Sacra, uma das maiores coleções do estado; o convento de Santa Tereza, que tem uma bela vista da Baía de Todos os Santos e um ambiente externo belíssimo; o solar histórico que foi residência do poeta Castro Alves; o tradicional mercado das flores do Largo 2 de Julho, que pode ser revitalizado; já nos Aflitos, o mirante e a igreja histórica, entre muitos outros. No Largo 2 de Julho pode-se comprar ingredientes típicos da culinária ou objetos de cerâmica e couro, por exemplo. O bairro dá acesso à Avenida do Contorno, onde está o Museu de Arte da Bahia, no Solar do Unhão, a marina, trapiches transformados em restaurantes, entre outros. A área carece de segurança.
O secretário Paulo Sérgio Damasceno Silva, do Desenvolvimento Urbano (Sedham), informou que há uma proposta de incentivo fiscal (redução de IPTU e outras taxas) para os que os moradores e comerciantes  melhorem a situação física dos seus imóveis. O objetivo, afirmou Damasceno, que espera que as melhorias aconteçam nos próximos oito meses da atual gestão municipal, é criar identidade e autoestima na comunidade, valorizar o patrimônio histórico e cultural, além de estimular novos empreendimentos.

Segundo ele, o projeto ainda está em fase de desenvolvimento. O incentivo fiscal (nos moldes do que aconteceu com o bairro do Comércio) depende de aprovação dos vereadores. A Prefeitura vai encaminhar um projeto de lei que amplia a Lei de Incentivo Fiscal do Bairro do Comércio por mais quatro anos, e inclui a região do bairro de Santa Tereza. A construção de um portal ligando a Rua Carlos Gomes à Rua do Sodré, permitindo acesso mais fácil ao Museu de Arte Sacra, no Convento de Santa Tereza, depende das negociações com o governo do estado, proprietário do terreno baldio que será usado.

Na apresentação, foram citados empreendimentos que estão surgindo na região. O Clock Residencial, na Rua Visconde Mauá, imediações da Avenida Contorno, foi um deles. Outro destaque anunciado pelo secretário foi o hotel de luxo Fasano, que ocupará o antigo prédio A Tarde, na Praça Castro Alves, cujas obras iniciaram em abril.

Participantes do evento criticaram a demora em fazer obras básicas na cidade, como a construção de calçadas, por exemplo. O interlocutor de um grupo presente à reunião reivindicou que a captação de recursos públicos para as melhorias na área do projeto fosse excluída, sob a alegação de que ele atende "apenas" a interesses dos empreendimentos comerciais que estão sendo implantados na região. O vice-presidente da Associação Comercial, Adary Oliveira, reagiu à proposta, afirmando que os empresários também pagam impostos e, portanto, têm direito às melhorias do serviço público como cidadãos que também são.

De acordo com a prefeitura, o Projeto Santa Tereza foi apresentado em Barcelona, durante o XX Congresso do Centro Iberamericano de Desenvolvimento Estratégico Urbano (Cedeu), em março, representando o Brasil, juntamente com o projeto de implantação de uma área tecnológica, desenvolvido pela Prefeitura de São Paulo. O encontro de Barcelona reuniu representantes da Espanha, Portugal e América Latina, universidades, arquitetos e instituições ligadas ao patrimônio histórico e urbanismo.

Um comentário:

Scyl disse...

Atenção, atenção!! Vamos olhar o que esse prefeito fez com a nossa cidade e analisar o que pode acontecer com essa venda do bairro Dois de Julho. Esse é o nome do bairro, data histórica para o povo baiano. Como acreditar que tal modificação é para a cidade se nem o respeito pela identidade local aparece na proposta?