Torres da igreja das Mercês no circuito da avenida
Estou nessa campanha. O circuito tradicional não pode acabar. Para o turista que só terá os dias de folia para visitar Salvador, ele representa uma oportunidade de levar, além das lembranças do carnaval de rua, um pouco das imagens de atrativos turísticos que são verdadeiros cartões-postais da Cidade da Bahia.
Vamos fazer um roteiro que será seguido pelos dois blocos sem corda que indiquei no blog: o Vá...que depois eu vou! e o Conhaque do Zé. Vá pulando, dançando, cantando e olhando.
Saimos para a avenida pela Rua do Politeama e passamos pelo Instituto Feminino da Bahia, onde há os museus do Traje e Henriqueta Catharino. Ao entrar na avenida, vemos logo a Casa D'Itália, no entroncamento entre a saída do Forte de São Pedro e a Rua Carlos Gomes. Construído por membros da colônia italiana na Bahia, o local abrigou o primeiro camarote que levou o nome da cantora Ivete Sangalo, uns anos atrás. Como o local é o encontro de três artérias, é comum acontecer de trios e bandas pararem para os cumprimentos e shows juntos.
Avenida com as esquinas do Politeama e a rua do forte
Seguindo em frente, a Igreja de Nossa Senhora das Mercês (foto que abre o post) e, em seguida, a Igreja do Rosário. Continuamos até a Piedade, onde você verá o jardim que homenageia os mártires da Revolta dos Alfaiates. Apesar de cercada por tapumes, na praça há equipamentos de apoio aos foliões. Ali você vê a Igreja de São Pedro, onde aconteceu o primeiro casamento do cantor Caetano Veloso. Não teve espaço para o tanto de gente que compareceu para ver o seu artista mais famoso e a irmã, Maria Bethânia. A Igreja da Piedade fica do outro lado da praça e quase defronte o Gabinete Português de Leitura, um dos dois únicos exemplos de estilo Manuelino (em Portugal, o Mosteiro dos Jerônimos é o melhor exemplo) do Brasil.
Praça da Piedade, onde ficam equipamentos de apoio ao folião
O repórter Zé Bin e o cinegrafista Jansen fazem pose na praça do Relógio de São Pedro
Seguindo adiante, o Instituto Geográfico e Histórico da Bahia, na esquina da praça e, após ele, o Relógio de São Pedro, com o monumento ao Barão do Rio Branco. Nos anos 70, o Relógio era parada obrigatória dos trios elétricos para saudar artistas e universitários que ali se concentravam. Na Ladeira de São Bento, há o mosteiro e no final da ladeira, ela, a Praça do Povo, tão cantada por Moraes Moreira. Aos pés da estátua do poeta Castro Alves, artistas paravam para brincar o carnaval e esperar o encontro de trios, o auge dos carnavais passados. Todo mundo ia pra lá. Na praça também há o busto dedicado aos criadores do trio elétrico, Dodô & Osmar, quase defronte ao antigo teatro depois cine Guarany (mais tarde Glauber Rocha e hoje Centro Cultural)
Busto homenageia os criadores do trio elétrico
Praça e a estátua do poeta, que será protegida pelo palco
Daí para o Circuito Batatinha (Pelourinho) é um pulo. Ou melhor, vá pulando, passando pela Praça Municipal, da Sé e Terreiro de Jesus. Boa festa!
2 comentários:
Gente, as fotos da Avenida Sete estão lindas! Fico triste com o descaso na conservação do casario, muitos dos anos 30. Quando vou para aquele lado gosto de olhar para cima, como vc fez com as torres da igreja, vendo os resquícios da antiga arquitetura que a prefeitura permitiu, ao longo dos anos, deformar.
A Avenida 7, no centro de Salvador, tem exemplos de bela arquitetura escondidos por fachadas feias ou depredadas. Se os comerciantes soubessem valorizar o patrimônio que têm ali... Ainda sonho com um tempo em que a avenida, nesta parte do centro da cidade, ganhará uma boa obra de restauração. Quem sabe, não é mesmo? Obrigada pelo comentário.
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