"A escultura de Iemanjá localizada em frente à Casa do Peso foi confeccionada por Manoel Bonfim em 1970. Trata-se de uma escultura de uma sereia feita de gesso, assentada sobre pedestal de concreto revestido com apliques variados, conchas e pedras portuguesas. É de propriedade da Colônia de Pesca Z1."
Dia 2 de fevereiro, dia de festa no mar...e, também, em terra firme do bairro do Rio Vermelho (localizado entre a Pituba e Ondina). A festa em homenagem a Iemanjá, a mãe de todos os orixá, acontece desde 1923. Conta-se que a colônia do povoado do Rio Vermelho - hoje Colônia de Pesca Z1 - vivia uma época de escassez de peixes e os pescadores fizeram promessas à Rainha das Águas pedindo a fartura. Atendidos, rede cheia, desde então passaram a homenageá-la, com uma procissão marítima para levar-lhe presentes feitos por eles e doados pelo povo. Conta a lenda, que o orixá deixa o mar no dia 31 de dezembro para passar uns dias em terra, e o dia 2 de fevereiro é a época de voltar à sua casa no fundo do oceano.
Os moradores de toda a cidade, devotos ou não do Candomblé, aproveitam a festa dos pescadores para também entregar seus presentes, agradecer as graças alcançadas e fazer pedidos. Cientes disso, eles preparam balaios onde são depositadas as oferendas da população (perfumes, sabonetes, espelhos, pentes e flores, entre outros) que são levadas a 7 km da costa junto com o presente principal, que a colônia manda fazer. Em anos anteriores, o presente era preparado em terreiros de Candomblé. Este ano a tarefa coube a artistas plásticos do bairro.
A Casa do Peso é a sede da Colônia Z1, onde fica a imagem de Iemanjá. É chamada assim porque ali era - e ainda é - feita a pesagem dos peixes trazidos pelos barcos. Sobre ela há uma escultura (a foto que abre este post) e dentro da casa, a imagem do orixá e uma fonte. No dia da festa é aberta a visitação.
O bairro do Rio Vermelho, considerado o mais boêmio de Salvador, e onde artistas como Jorge Amado, Dorival Caymmi, Gal Costa, Pierre Verger, entre outros, já fizeram morada, passa o dia 2 de fevereiro inteiro em festa religiosa, com a presença de representantes de importantes terreiros de Candomblé, mas há, também, a festa profana, nas barracas e eventos particulares nas casas e restaurantes.
Vejam alguns aspectos do charmoso bairro que, mais adiante, terá outros posts, porque lá há muito o que ver e indicar...
Colônia de Pesca Z1, Casa do Peso e igreja de Sant'Ana: cenário da festa
Escultura que enfeita uma das praias do Rio Vermelho
A vista do Rio Vermelho e a sereia, arte de Bel Borba
Arte encontrada em fachada de casa do Rio Vermelho
Leia mais sobre a Festa do Rio Vermelho aqui e aqui.
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