Estamos de volta! Primavera no auge, Verão chegando e a temporada de navios, inspiração maior para o nosso blog e o seu título (que algumas pessoas ainda não entendem - "por que Salvador 'em um dia'?", "'E é possível conhecer Salvador em um dia?"), está às vésperas de começar. Depois falaremos sobre isso. O assunto agora é centro de convenções de grande porte (temos alguns de menor porte em hotéis da cidade), equipamentos do qual Salvador está em carência.
A novela parte para um final bem feliz: tínhamos um até 2015, passamos a nenhum, agora serão dois. Pelo menos é esta a disposição do Governo do Estado, sob a liderança do petista Rui Costa, e da Prefeitura de Salvador, que tem à frente o demista ACM Neto. Mas política não é o nosso foco, embora a rivalidade entre eles pra ver quem chega primeiro ainda renda bastante assunto para o turismo. E este é um deles.
 |
| Vista da área onde ficará o equipamento municipal. No alto, á esquerda da foto vê-se uma parte do antigo CCB desativado |
A prefeitura de Salvador anunciou oficialmente hoje que a área do antigo aeroclube (foto acima), localizada na orla do bairro Boca do Rio, abrigará o Centro de Convenções de Salvador. O espaço, antes ocupado por um grande shopping center, desativado há anos e demolido em 2014, estava preso judicialmente e sem uso, cercado por tapumes entre a avenida e o mar, impedindo a visão da praia pelos moradores e visitantes. Parece que agora a ideia é que isto mude.
Já o antigo CCB (foto abaixo), localizado a poucos metros dali, de administração estadual, será mesmo desmontado, uma vez que o Governo da Bahia tem pretensões de construir um novo e moderno equipamento possivelmente (o martelo ainda não está batido) no atual Parque de Exposições Agropecuárias localizado entre as avenidas Paralela (Luiz Vianna Filho) e Dorival Caymmi, na região de Itapuã, e mais próximo do aeroporto internacional.
 |
| Vista da Praia de Armação a partir do antigo CCB. Ali na praia, à esquerda da vista, ficará o novo equipamento municipal |
O anúncio do prefeito ACM Neto foi feito em entrevista coletiva na manhã desta segunda-feira, 23. Na ocasião, o prefeito, acompanhado do secretário municipal do Turismo Guilherme Bellintani, detalhou o projeto, seus gastos e agenda. O novo Centro de Convenções da cidade, de acordo com os dados divulgados, que ficará ao lado do Parque dos Ventos, no bairro da Boca do Rio, terá 78 mil metros quadrados de área construída em formato de pomba (pra quem não sabe, o pássaro é um dos símbolos da Cidade da Bahia), com três pavimentos, e capacidade para receber 14 mil pessoas simultaneamente em congressos e convenções.
Além disso, terá dois locais para shows (interno e externo) com capacidade para 20 mil pessoas cada um, oito auditórios de mil metros quadrados moduláveis, 16 salões de 400 metros cada articuláveis e 30 salas de reuniões que irão virar camarotes quando houver necessidade para os shows externos ou internos. Somado a isso, afirma a prefeitura, haverá estacionamento para cerca de mil veículos.
 |
| O novo centro de convenções de Salvador terá o formato do símbolo da cidade, uma pomba branca (Foto: Secom Salvador) |
Durante a coletiva, não faltaram referências ao antigo Centro de Convenções da Bahia. Ao citar o material utilizado na obra, totalmente anti-salitre para evitar corrosões, já que a área é à beira-mar, o secretário Guilherme Bellintani alfinetou: "todo o equipamento foi pensado arquitetonicamente para se adequar a essas condições, principalmente no uso de materiais. A área técnica fica toda protegida, embaixo da esplanada que dá acesso ao Centro, praticamente enterrada dentro do estacionamento. Assim, vamos evitar o desgaste que aconteceu com o antigo Centro de Convenções, que era todo metálico e vazado”.
Ainda de acordo com a Prefeitura, o investimento total será de R$ 123 milhões, sendo R$ 93 milhões dos cofres municipais e R$ 30 milhões da iniciativa privada. O edital de licitação será publicado no próximo mês de dezembro, e em dezembro de 2018 devem estar prontos a área externa, a esplanada de acesso e a parte central do mezanino, as docas e as duas “asas” da pomba (com quatro auditórios, oito salões e 15 camarotes/salas de reunião).
O equipamento será operado através de concessão ao setor privado, ficando o vencedor da concessão, cujo modelo está em fase final de conclusão, com a obrigatoriedade de mobiliar, equipar e administrar o Centro de Convenções. No evento desta manhã, também foi feita a assinatura de cessão do projeto arquitetônico à Prefeitura, que foi concebido pelos arquitetos André Sá e Francisco Mota.
ACM Neto destacou que a falta de um Centro de Convenções tem sido um obstáculo para o crescimento do setor, apesar dos investimentos que têm sido feitos visando aumentar o fluxo de visitantes. “A Prefeitura se cansou de ver essa ‘novela’, que infelizmente não tinha uma solução apresentada, e resolveu chamar para si a responsabilidade de algo que não era dela. Estruturamos o projeto que está aí e o novo Centro de Convenções deverá ser construído em tempo recorde.”
 |
| Antigo CCB em foto de 2010, quando ainda em uso. A estrutura do mezanino desabou ano passado (Foto Secom Bahia) |
Com respeito ao assunto, o Governo do Estado, através da Secretaria de Comunicação (Secom) informou que "o governador não comenta obras municipais. O projeto do Centro de Convenções da Bahia, que DEVE ser implantado no Parque de Exposições, está mantido". Informou ainda que, apesar de não estar batido o martelo sobre a atual localização do novo CCB, já é dado como certo que o atual equipamento, localizado na Praia de Armação, será desmontado.
Números – Segundo dados do Ministério do Turismo, a indústria de eventos no país gera 7,5 milhões de empregos e movimenta R$ 48 bilhões em tributos gerados, com crescimento médio anual de 14% das receitas relacionadas a este segmento. São mais de R$ 209 bilhões em receita e 590 mil eventos realizados. Para 78,8% dos profissionais e empresas que atuam neste setor, o Centro de Convenções é o primeiro equipamento procurado antes de se definir pela realização de um evento na cidade. Ainda de acordo com o setor, Salvador já perdeu cerca de R$ 1,5 bilhão em receitas pela falta do equipamento. (Com informações e fotos da Secom Salvador e Secom Bahia)
Nenhum comentário:
Postar um comentário