terça-feira, 17 de setembro de 2013

IGH preserva relíquias e história da Bahia

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Fachada do Instituto Geográfico e Histórico na Avenida 7 de Setembro

Iniciado em agosto e com aulas até novembro (uma semana a cada mês), começou nesta segunda-feira, 16, o segundo módulo do curso História da Bahia 2013, promovido pelo Instituto Geográfico e Histórico (IGHB), com o apoio da Bahiatursa e Secretaria de Cultura, e ministrado pela professora e historiadora Antonietta d´Aguiar Nunes. Entre os temas já debatidos, a Pré História Brasileira e Baiana; falares do grupo lingüístico tupi-guarani e sistema de capitanias hereditárias. Na atual fase os participantes começam a conhecer a história dos engenhos e o ciclo do açúcar e do fumo, entre outros. O curso chegará até o período do governo na Bahia no século XX (entre os anos de 1964 e 1985).

Claro que esta que vos escreve não deixaria passar um evento desta natureza. Não só pelo tema - que é muito importante para o desenvolvimento do trabalho aqui no blog - como pelo local onde acontece. O Instituto Geográfico e Histórico ou Casa da Bahia, como também é conhecido, foi fundado em 13 de maio de 1894 para a promoção de estudos e defesa do patrimônio histórico e artístico baiano e brasileiros. Já passou por outras cinco sedes. E pode ser visitado por turistas e moradores de Salvador.


http://salvadoremumdia.blogspot.com
Foto do IGH feita em 1926, do acervo histórico da Casa da Bahia

A atual sede foi inaugura em 2 de julho de 1923, quando se comemorou os 100 anos da Independência da Bahia. É um palácio belíssimo e muito bem preservado, localizado em uma área de preciosidades arquitetônicas do centro antigo de Salvador, como o Gabinete Português de Leitura (uma das duas únicas construções em estilo manuelino no Brasil), a igreja e convento da Piedade, o que restou do antigo prédio do Senado da Bahia (onde hoje funciona uma instituição de ensino) e bem perto, o Mosteiro de São Bento.

"O acervo museológico do IGHB dispõe de uma importante coleção de retratos, que registram personagens da História da Bahia e do Brasil. São obras pintadas por renomados artistas nacionais como Presciliano Silva, Vieira de Campos, Emídio Magalhães, Miguel Navarro e Cañizares e José Rodrigues Nunes, e estrangeiros do porte de Vienot e Morrisset, Ernest Penit e August Petit. Também fazem parte do museu, esculturas de bronze, mármore e gesso, peças de ourivesaria (medalhas, moedas, insígnias e condecorações), bandeiras, cristais e vidros, porcelanas, espingardas, sabres, lanças indígenas, objetos ritualísticos do candomblé, máscaras e esculturas africanas." (Fonte: IGHB)
Plateia do curso de história e, à direita, retrato da imperatriz Maria Amélia

Há uma biblioteca (Ruy Barbosa) com mais de 12 mil títulos, que vão de livros raros a toda a coleção de jornais editados na Bahia. O que mais gosto lá é o salão principal, onde estão expostos alguns pertences do poeta Castro Alves, como um cacho de seus cabelos e manuscritos. O acervo de quadros chama a atenção por curiosidades, como o engraçadíssimo retrato de Maria Epifânia de São José e Aragão, uma dama antiga, e seu vistoso bigode.

No auditório onde assistimos às aulas ministradas pela professora Maria Antonietta há várias das obras de arte. Destaca-se o quadro que retrata a imperatriz Maria Amélia, segunda esposa de D. Pedro I e por quem ele abandonou a Marquesa de Santos. A curiosidade é ela estar com o belo vestido com o qual foi sepultada .

A boa notícia é que o instituto é aberto à visitação pública. As visitas devem ser agendadas e são guiadas. Melhor, porque uma monitora vai explicando cada obra e cada preciosidade do acervo que é protegido por intelectuais, historiadores e estudiosos da cultura baiana, sócios da casa. O Instituto é presidido pela professora Consuelo Pondé de Senna. A má notícia, para o turista principalmente, é não poderá levar uma lembrança fotográfica do passeio: fotos não são permitidas no interior do IGHB. (Crédito: todas as fotos, exceto a primeira, pertencem ao acervo do IGHB)

Serviço
O quê: Instituto Histórico e Geográfico da Bahia
Onde fica: Avenida Sete de Setembro, 94, Piedade (centro antigo de Salvador)
Visitação: de segunda a sexta, das 13h às 18h
Biblioteca: de segunda a quinta, das 13h às 18 e sexta, das 13h às 17h
Quanto: entrada franca

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