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Palacete das Artes (Fotos: Silvianasci/salvadoremumdia) |
Como os leitores gostaram do post sobre as
cidades turísticas com nomes de mulher na Bahia, resolvemos fechar mais um pouco o círculo e entrar em Salvador. Então procuramos lembrar: quais os bairros turísticos com nomes de mulheres na capital baiana?
Bom, em princípio temos Stella Maris (praia), Vitória (circuito de arte e cultura), Piedade (centro antigo), Nazaré (importante para lembrança dos episódios históricos da luta pela independência do Brasil na Bahia, no ano de 1823) e Graça, ligado à Catharina Paragaçu e Diogo Alvares Corrêa Caramuru, considerado o casal formador do povo baiano.
Temos ainda Ondina (sim, é um nome de mulher), do Circuito Dodô do Carnaval de Salvador, e Amaralina (cujo nome vem de Amaral, o fazendeiro dono das terras onde hoje está o bairro), que tornou-se nome de mulher também, e fica no caminho das praias da capital baiana.
Caso lembre de mais algum, comente. Agora, vamos às atrações. Bom passeio
Vitória. O nome, na verdade, é Corredor da Vitória, mas o soteropolino resume para Vitória. Trata-se do trecho mais charmoso e mais caro da Avenida 7 de setembro (que vai da Praça Castro Alves até o final da Ladeira da Barra). É um bairro nobre onde estão os condomínios mais caros da cidade. Porém ainda persistem as antigas mansões, algumas das quais transformadas em museus (Museu da Cidade, Museu Geológico e Museu Carlos Costa Pinto) que podem ser visitadas. As que resistiram à especulação imobiliária ficaram de pé, mas restrita aos moradores dos condomínios de luxo que foram construídos em seu terreno. É completamente arborizada. Há bons hotéis e espaços culturais, a exemplo do ICBA.
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Museu da Cidade |
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Museu Geológico da Bahia |
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A mansão tem uma bela história de amor por trás |
Graça. Ah, a Graça. É um bairro nobre também e até o início do século XX era todo formado por mansões. Uma das mais bonitas, ainda resiste e hoje é o Palacete das Artes (antigo Museu Rodin), onde o visitante pode ver obras do famoso escultor francês Auguste Rodin no jardim. Há salas de exposição e um charmso café, além de livraria/loja de souvenires.
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Mosteirinho da Graça |
Mas o principal do bairro é o Mosteirinho da Graça (ou Igreja da Graça, como o soteropolitano a chama), erguida onde antes havia a capela em barro e palha mandada construir por Catharina Paraguaçu para a abrigar a imagem da Virgem Maria com a qual sonhara e que foi encontrada em Boipeba. Seu marido, o português Diogo Alvares Corrêa, chamado de Caramuru pelos nativos da tribo de Paraguaçu, mandou procurar a imagem, seguindo as indicações do sonho. Nas paredes e teto do mosteirinho há diversas obras que contam esta história. O túmulo de Paraguaçu fica nesta igrejinha. O bairro tem charmosos cafés e restaurantes. Pode ser conhecido em um passeio cultural conjugado com o do Corredor da Vitória.
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Jardins do Palace das Artes com obras de Rodin |
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Sótão do Palacete das Artes é um dos espaços de exposição |
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Largo da Graça |
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Mosteirinho: vale entrar e conhecer sua história |
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Sacristia da Igrejinha da Graça |
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Piedade |
Piedade. O bairro também é um trecho da nossa famosa Avenida 7 de setembro (aquela que vai da Praça Castro Alves até o final da Ladeira da Barra). Localizado no centro antigo de Salvador, a Piedade tem seu nome tomado da Igreja Nossa Senhora da Piedade que existe em um dos lados do jardim. O jardim, em seus primeiros tempos conhecido como Largo da Forca, era o local onde prisioneiros eram sentenciados à morte, a exemplo dos quatro condenados da Revolução dos Alfaiates (ou conspiração dos Búzios, de 1798/99), considerado pelo autor Afonso Rui a primeira tentativa de revolução social brasileira. O movimento preconizava os ideais de liberdade, igualdade e fraternidade da Revolução Francesa. Hoje o nome dos quatro mártires estão gravados em placas de mármore no piso do jardim.
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Jardim da Piedade com a Igreja de São Pedro ao fundo |
Em torno dele encontram-se prédios de bela arquitetura, a exemplo do Gabinete Português de Leitura, que também é um espaço cultural com biblioteca e onde acontecem eventos. Ao lado dele fica o prédio do antigo Senado da Bahia, hoje pertencente ao Instituto Geográfico e Histórico. O prédio teve uma parte derrubada para ceder espaço à nova avenida, inaugurada em 1915. A Igreja de São Pedr foi ali erguida em substituição à antiga igreja derrubada para dar espaço á Avenida 7. A maioria dos passeios turísticos em direção ao Centro Histórico (Praça Municipal, Praça da Sé, Terreiro de Jesus e Pelourinho) passa pela Piedade.
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Gabinete Português de Leitura |
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Prédio do antigo Senado da Bahia |
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Igreja e Convento de Nossa Senhora da Piedade |
Nazaré. Não é um bairro turístico entre os tradicionais do circuito de Salvador, mas tem seu charme e suas atrações. Pode ser uma opção de passeio diferente do usual. Se está na Piedade, é fácil chegar até lá. Quer dicas? Bom, aqui vai uma: na Avenida Joana Angélica, que corta quase todo o bairro, está a Igreja da Lapa e a famosa porta na qual foi morta a Madre Joana Angélica ao tentar impedir que tropas portuguesas invadissem o convento onde se escondiam os insurgentes que lutavam pela consolidação da Independência do Brasil na Bahia (episódios do 2 de Julho, anos de 1822 e 1823).
Ondina. Bairro de praia, é passagem obrigatória para quem faz o tour pela orla de Salvador. Localizado entre os famosos bairros da Barra e do Rio Vermelho, é famoso por abrigar o circuito carnavalesco Dodô. Tem bons hotéis e restaurantes. Nele fica o Jardim Zoobotânico Getúlio Vargas, um dos campi da Universidade Federal da Bahia, e as famosas esculturas das Gordinhas (Meninas do Brasil, de Eliana Kertész).
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Ondina é uma importante zona hoteleira da cidade |
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Gordinha de Ondina |
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Esta praia foi muito frequentada por artistas nos anos 80 |
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Avenida Adhemar de Barros e uma das gordinhas |
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Vista de um dos hotéis de Ondina |
Amaralina. Tem como atração uma praia de ondas fortes e belo visual, frequentada principalmente por moradores, que usam suas areias para jogos de futebol (o famoso "baba" ou "pelada"). Já foi mais famoso, porque ali ficava o Quiosque das Baianas - uma estrutura feita de madeira e palha de coqueiro, depois sisal, onde as melhores baianas do acarajé, com tabuleiros dispostos em círculo, vendida quitutes e doces típicos do tabuleiro. Era passeio obrigatório do circuito turístico de Salvador a partir da segunda metade do século XX. Hoje, praticamente, é passagem no tour pela orla da cidade. Fica logo após o Rio Vermelho. Foi batizado por conta da fazenda - Amaralina - de propriedade de um senhor de nome Amaral.
Stella Maris. Fica no final da orla de Salvador, quase chegando ao município vizinho de Lauro de Freitas, após o bairro de Itapuã. É a praia preferida dos surfistas pelas boas ondas. Ali acontecem campeonatos do esporte. Seu nome teve origem em um hotel que chegou a ser construído, mas não terminado. As ruínas permaneceram durante muito tempo e foram cenário para algumas produções de cinema, antes de serem totalmente retiradas. Há bons hotéis e pousadas.
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