quinta-feira, 16 de novembro de 2017

Bell Marques levará o Carnaval de volta à sala principal do TCA

Bell no primeiro show  pelos 40 anos do Camaleão no Espaço das Américas em São Paulo  (Foto: Fábio Cunha/Divulgação)

Um dos mais populares cantores de Salvador e da Axé Music, que estava lá nos anos 80 quando o movimento começou, Bell Marques vai se apresentar na sala principal do Teatro Castro Alves no dia 18 de janeiro do próximo ano. Cantor essencialmente de músicas de carnaval, feitas pra literalmente tirar a galera do chão, Marques será levado ao palco do TCA pelas Voluntárias Sociais da Bahia em prol da ampliação do Hospital Aristides Maltez. O mote da apresentação é o aniversário de 40 anos do Bloco Camaleão, que já estão sendo comemorados, mas serão completados no Carnaval de 2018.

Na próxima segunda-feira, 20, em entrevista coletiva  às 9 h, no HAM, em Brotas, a presidente da VSBA, Aline Peixoto, Bell e o presidente da Liga Bahiana contra o Câncer, Aristides Maltez Filho, vão lançar o espetáculo e a venda dos ingressos.

O TCA há muito tempo não recebe em seu palco um artista moldado no Carnaval de Salvador para um show desta natureza, o que torna o espetáculo especial. Nos anos 80 era comum a presença de músicos do Carnaval naquela sala, mas os espetáculos acabaram sendo proibidos depois de uma reforma realizada nos anos 90, porque a plateia não se comportava, subia nas poltronas e causava danos ao pular como se estivessem na Praça Castro Alves. A presença de Marques na sala principal mostra-se uma exceção à regra e algo inédito na recente história do teatro.


O cantor e compositor, que surgiu em bandas de baile dos anos 70, ainda é um dos mais populares do cast do Axé


No show, Bell afirma que vai relembrar histórias e sucessos à frente do também famoso bloco, do qual é o cantor principal desde 1990, quando ainda fazia parte da banda Chiclete com Banana. O valor arrecadado com os ingressos será revertido integralmente para obras do hospital, que atende gratuitamente pacientes em tratamento contra o câncer. "A história do Aristides e a dedicação de todos os envolvidos nesse lindo projeto me cativaram, por isso, decidi que queria novas oportunidades de ajudá-lo. Deixei isso bem claro para a primeira-dama, Aline Peixoto, depois do Forró Solidário”, afirmou o cantor.

Recentemente, no último dia 12, o cantor se apresentou no Espaço das Américas, em São Paul, abrindo as comemorações do Camaleão. O palco foi um trio elétrico construído especialmente para o show, e boa parte do público compareceu usando antigos abadás do bloco.

A moderna arquitetura do TCA foi premiada na Bienal de São Paulo (Foto: José Luis Silva/Flickr)


História. O Teatro Castro Alves é o principal teatro da Bahia e já foi considerado o maior das Américas. Começou a ser criado em 1948, quando o deputado Antônio Balbino, influenciado por intelectuais e artistas baianos, encaminhou à Assembleia Legislativa o Projeto de Lei no 432 propondo a construção de um grande teatro em Salvador. Com inauguração prevista para 1951, o local escolhido foi a Praça Dois de Julho, no Campo Grande. A sugestão do nome Castro Alves, em homenagem ao poeta baiano, foi do teatrólogo Adroaldo Ribeiro Costa.

Projetado inicialmente pelos arquitetos Alcides da Rocha Miranda e José de Souza Reis, no entanto, no Governo de Octavio Mangabeira (1947-1951), ganhou nova planta, do arquiteto Diógenes Rebouças. Quando  Balbino foi eleito governador (1955-1959), designou o arquiteto José Bina Fonyat Filho e o engenheiro Humberto Lemos para a elaboração de outro projeto, que acabou conquistando na ocasião uma menção honrosa na 1ª Bienal de Artes Plásticas em São Paulo, “por sua arquitetura moderna e ousada”.

Sala principal do TCA


A obra ficou a cargo da Construtora Norberto Odebrecht a partir de 2 de julho de 1957 e concluída em 1958. Na madrugada de 9 de julho de 1958, cinco dias antes da sua abertura oficial, foi destruído por um incêndio de causas desconhecidas. Em 18 de julho de 1958, uma missa campal no Campo Grande marcou o início das novas obras. O TCA só foi reinaugurado em 4 de março de 1967, no governo Lomanto Jr (1963-1967).

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