Fachada do jardim, voltada para o Passeio Público (Fotos: Matheus Pereira/GOVBA) |
O Governo do Estado confirmou nesta segunda-feira, 6, que o Palácio da Aclamação, antiga residência dos governadores, localizada no Campo Grande, será mesmo transformado em casa de cerimonial para eventos particulares. A notícia havia sido antecipada pelo jornalista Ronaldo Jacobina, do jornal e site Correio*. O governo, no entanto, não revelou se o imóvel perderá totalmente a sua função de museu-residência, embora já estivesse fechado à visitação desde as duas últimas administrações estaduais.
O requinte interior do palácio agora só poderá ser visto pelos convidados especiais dos eventos a que se destina |
Com um acervo composto por mobiliários nos estilos D. José e Luís XV, porcelanas, cristais, bronzes, tapetes persas e franceses e telas de pintores famosos, após uma grande reforma finalizada em 1990, a antiga residência (onde moravam os governadores até o ano de 1967) foi aberta como museu, quando o público em geral teve acesso gratuito a um acervo que só era antes visto por antigos moradores, e visitantes especiais, como chefes de estado, que vinham à Bahia. Mas foi por pouco tempo, sendo novamente fechado ao público e usado apenas como cerimonial oficial do governo, abrigando recepções oficiais, apresentações artístico-culturais, lançamentos, até velórios de personalidades baianas.
Não há informação se a rica porcelana histórica também será incluída no pacote de aluguel do espaço |
História. O Palacete dos Moraes, prédio cuja reforma resultou no Palácio da Aclamação pertencia ao comerciante Miguel Francisco Rodrigues de Moraes. A partir de 1912, passou a ser a residência oficial dos governadores da Bahia pelos 55 anos seguintes. A estrutura foi construída em estilo neoclássico e decorado com belos painéis emoldurados, guirlandas, laços e medalhões, pintados por Presciliano Silva. O primeiro governador a residir ali foi José Joaquim Seabra, responsável pela ampliação da antiga mansão. Houve até uma polêmica à época, já que parte do passeio público foi cercada para ser o jardim particular do palácio, o que não agradou à população.
A construção desta ala do palácio, no inicio do Século XX, foi polêmica porque ocupou parte do Passeio Público |
De acordo com as informações da Secom/GOVBA, o cerimonial será administrado pelas Voluntárias Sociais da Bahia, cuja presidente é a primeira-dama do Estado, Aline Peixoto, que pretende reverter a receita obtida com o aluguel do espaço para a construção de creches populares, a primeira delas a ser instalada no bairro de Cajazeiras, um dos maiores da capital baiana.
O prédio foi cedido às VSBA pelo Instituto do Patrimônio Artístico e Cultural da Bahia (Ipac), responsável pela administração do imóvel. O palácio, de acordo com o IPAC, precisará de uma intervenção avaliada em R$ 10 milhões, que terá início imediato. O Governo da Bahia justifica o uso particular do palácio informando que após a reforma de 1990, por decreto, o Aclamação passou a ter o nome oficial de "Casa de Cerimonial e Museu Palácio da Aclamação".
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