Dona Maria do Socorro fala sobre tradição dos altares (Foto: Lázaro Menezes/Dimus) |
O objetivo da mostra, de acordo com a Diretoria de Museus do Instituto do Patrimônio Artístico e Cultural da Bahia (Dimus/Ipac), é celebrar uma das maiores manifestações populares do país. Realizada pelo Solar Ferrão, Museu Udo Knoff de Azulejaria e Cerâmica e Museu Tempostal, a mostra integra a programação da Secretaria de Cultura do Estado para os Festejos Juninos no Pelourinho, e pode ser visitada até 5 de julho, de terça a sexta, das 12h às 18h, e fins de semana e feriados, entre 12h e 17h.
Altares Juninos é resultado de oficinas promovidas pelo Núcleo de Ações Socioculturais e Educativas entre maio e junho, no Solar Ferrão, com participação da comunidade do Centro Histórico. "Nas oficinas, além de revisitar a memória dos três santos, acabamos revisitando também as histórias de vida dos participantes, que trouxeram suas experiências e fizeram dessa atividade um momento de troca e de alegria", relatou o arte-educador Ubirajara Santos, coordenador do projeto.
Em vídeo, a moradora Maria do Socorro Pinto, 70 anos, afirma seu compromisso com a tradição familiar que vem passando para os netos. "Para mim, a devoção a Santo Antônio é algo muito especial. Cada membro da família assume uma responsabilidade, contribuindo na preservação de uma tradição deixada pelos nossos ancestrais", diz emocionada. Além dela, a cabeleireira especializada em penteados afro, Negra Jhô, a quituteira Alaíde do Feijão, o cantor Portela Açúcar e o mestre de cerimônia da Irmandade do Divino Espírito Santo, Sabino Braga Torres, também falam sobre sua relação com os festejos juninos na mostra de vídeos do evento.
Os festejos juninos estão historicamente associados aos rituais pagãos de celebração da chegada do verão nos países europeus. Eram realizados em agradecimento aos deuses pela fertilidade do solo e prosperidade nas colheitas. A partir do século VI, a festa que acontecia no dia 24 de junho foi associada ao catolicismo e passou a ser denominada de “Joanina” em homenagem a São João Batista, por causa da data de seu nascimento. Como Santo Antônio era celebrado no dia 13 e São Pedro no dia 29 do mesmo mês, a festa passou a ser dedicada aos três. Nessa época, Portugal, Itália, França e Espanha já reconheciam esses festejos como parte de suas celebrações religiosas. As festas juninas foram trazidas para o Brasil no período colonial pelos portugueses e aqui assumiram características próprias, recebendo influências das culturas indígenas e africanas. (Fonte: Dimus/Ipac)
Serviço
O que: Mostra Altares Juninos
Onde: Galeria Solar Ferrão (Rua Gregório de Mattos, 45, Pelourinho)
Informações: (71) 3117-6357
Quando: Abertura dia 12 de junho, às 17h. Visitação: terça a sexta, 12h às 18h. Sábados, domingos e feriados, 12h às 17h. Até 5 de julho
Ingresso: gratuito
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