(Fotos: Silvia Maria Nascimento/Salvadoremumdia) |
Uma das quatro principais praças do Centro Histórico de Salvador (junto com a Municipal, o Terreiro de Jesus e o Largo do Pelourinho), a Praça da Sé é o tema do post de hoje. Ela resistiu ao tempo, aos galpões dos bondes, ao uso prolongado como terminal de ônibus urbanos. Também resistiram alguns dos seus monumentos e casarões históricos, embora o principal deles, de 1556, tenha sido demolido.
Beijus e tapiocas, quebra-queixo, acarajés são algumas das iguarias típicas que podem ser saboreadas em um passeio pela Praça da Sé, a meio caminho do Pelourinho depois de passar pela Praça Municipal (onde geralmente desembarcam os turistas de seus confortáveis ônibus, vans e carros) e pela Rua da Misericórdia).
Com a proximidade do Verão é conveniente um chapéu e não esquecer de passar o filtro solar antes de sair andando pela capital baiana.
Meados do século XX, a arborizada Sé já servia como terminal de ônibus |
A praça surgiu no espaço que foi aberto após a derrubada, em 1933, da Sé Primacial do Brasil, templo mandado erigir pelo fundador de Salvador e o primeiro governador do Brasil Tomé de Souza, em 1556 e que apesar do valor histórico acabou cedendo lugar aos galpões dos bondes da Companhia Circular.
Hoje, para lembrar a antiga igreja, foi instalada próximo ao local onde ela existira a Cruz Caída, escultura de autoria do escultor Mário Cravo Jr. Muito tempo usada como terminal de ônibus urbano, após o fim dos bondes a praça hoje finalmente é dos moradores e visitantes da cidade.
Apesar de popularmente conhecida como Praça da Sé, o espaço público foi rebatizado com a denominação de "24 de Agosto", data da morte do Presidente Getúlio Vargas. Mas pode perguntar a qualquer um em Salvador, que a pessoa vai sempre chamá-la de Praça da Sé.
A cajazeira antiga está aí desde o tempo da antiga Igreja da Sé, demolida em 1933 |
O Memorial das Baianas é uma das primeiras paradas no passeio à Sé. Logo à entrada está a Cajazeira antiga onde o visitante pode ser uma foto dela da época da Igreja Primacial. Neste mesmo espaço, há um sítio arqueológico com as ruínas do templo.
O sorveteiro Vanildo e turistas na escadaria em direção à Cruz Caída |
Quando você chegar perto da cajazeira já encontrará a postos o sorveteiro Vanildo. Mesmo que você não note a árvore histórica, ele vai te apontar, falar sobre a igreja da Sé e o cajá para, depois, lhe oferecer, à venda, é claro, o delicioso sorvete da fruta, como um bom "marqueteiro" do turismo de Salvador.
Cruz Caída e ao fundo (não é a turista, nem a baiana) veja o Palácio Arquiepiscopal |
Banco e sombra de árvores que o turista disputa com quem vive na praça |
Após apreciar a vista da Cidade Baixa no Belvedere onde fica o monumento da Cruz Caída, de volta à praça há dois outros monumentos: busto do primeiro Bispo Dom Pero Fernandes Sardinha, que ao deixar o Brasil sofreu um naufrágio, foi capturado e devorado por uma tribo indígena, e a estátua em homenagem a Zumbi dos Palmares, que pode ser vista ao fundo da foto acima.
Aos pés do busto de D. Pero Sardinha, dê uma olhada no alto relevo da antiga Sé |
Durante o passeio, ao lado direito de quem segue para o Terreiro de Jesus, encontrei um hotelzinho bastante charmoso, instalado em dois dos casarões antigos da praça, um dos quais restaurado após passar anos em ruínas. De propriedade do belga Michel e da baiana Neci, o Bahiacafé tem um ambiente aconchegante e, claro, curiosa, pedi pra entrar e conhecer.
O azul do casarão 22 chama a atenção para o charmoso hotel |
Nadine, a recepcionista, bastante simpática, permite a entrada e vai mostrando os ambientes. O proprietário deixou algumas paredes com os tijolos antigos aparente e na reforma conseguiu montar 25 quartos (com diárias, na baixa estação, a partir de R$ 149, com café da manhã).
As três janelas superiores, vistas na foto, são do salão onde os hóspedes tomam o café da manhã. Delas, têm-se a vista total da Praça da Sé, com o Palácio Arquiepiscopal logo à frente.
Palácio Arquiepiscopal |
Sala de estar com vista para a história de Salvador |
Suíte superior do Bahiacafé Hotel |
Gosto, quando possível, de entrar nos casarões do Centro Histórico para ver como é o aproveitamento de espaço por dentro e, também, para sentir um pouco do clima das moradias antigas de Salvador. Mas tenho que seguir com a caminhada porque ainda quero ver como ficou o Plano Inclinado Gonçalves, um dos ascensores da cidade, que foi recém aberto após alguns anos parados.
Antes de chegar lá, uma boa notícia: a fonte da Praça da Sé está funcionando. Os jorros de água vão fazendo movimentos ao som da música que sai das caixas de som. Claro que o som no dia do meu passeio tinha que ser clássicos da MPB. E claro que todo visitante dá uma paradinha para a foto na fonte.
Estátua viva: uma moedinha faz com que se movimente |
Finalmente, chego aonde quero: o Plano Inclinado Gonçalves. Todo trabalhado no azul, um bonde já está à espera. Como no Elevador Lacerda, o preço de cada viagem é R$ 0,15. O ascensor é interessante porque é aberto. Durante o trajeto pode-se ver a vista de parte da Baía de Todos os Santos e dos prédios antigos do bairro do Comércio. Fui até lá, mas aí é outra história e outro passeio, que vou contar em outro post.
Parte alta do Plano Inclinado Gonçalves |
Serviço
Como chegar: de ônibus (R$2,80 a tarifa), táxi ou carro, chega-se à Praça da Sé pela Avenida Sete, passando pela Praça Castro Alves, Rua Chile, Praça Municipal e Rua da Misericórdia. O ônibus deixa os passageiros no terminal da Rua Chile-Ajuda. Quem estiver no Comércio, basta subir o Plano Inclinado Gonçalves (R$ 0,15). É possível passar de carro pela praça mas o ideal é sair caminhando.
Onde ficar: Bahiacafé Hotel (telefone 55 71 3322-1266). Diárias, na baixa estação, de R$ 149 e R$ 249 (superior), com café da manhã.
Onde comer: há restaurantes, lanchonetes, barracas de beiju e tapioca e tabuleiro do acarajé, que na Sé tem preço a partir de R$ 4.
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