quarta-feira, 18 de janeiro de 2012

Blocos sem corda ainda existem na Bahia

mas é carnaval (3)
Avenida Sete é toda cor em dia de carnaval

Carnaval em Salvador é trio elétrico, corda, cantores famosos, camarotes. Certo? Errado. É também fantasias populares e o folião pipoca atrás dos trios independentes ou ao lado da corda do bloco preferido. E, ainda, blocos sem corda, puxados pelas famosas bandas de sopro e bateria, conhecidas pelo antigo apelido de chupa-catarro, tocando das marchinhas antigas aos sucessos atuais. Alguns desses grupos incluem violões, cavaquinhos e violas, como o Paroano sai Milhó e Bloco da Saudade, formados por profissionais liberais que se fantasiam e vão cantando e tocando MPB e samba ao longo dos circuitos.

Há, ainda, os blocos de camisa, grupo de amigos que saem juntos há muitos anos pra se divertir durante, pelo menos, um dia do Carnaval, deixando esposas, namoradas, ficantes e noivas pra trás, embora algumas batam o pé e acompanhem todo o trajeto. Diferente dos grandes blocos, estes também não têm cordas, e é fácil ir arrastando aqueles que preferem brincar o carnaval, mais cadenciado, mais próximo aos músicos, mesmo nos circuitos movimentados.

sagrado e profano

É o caso do Conhaque do Zé. Quem segue o meu perfil no flickr já deve ter visto algumas das fotos que postei desse bloco, formado por amigos de infância e colegas de trabalho, que começou de uma forma bem interessante. O Zé Luís (esse aí, acima, dando entrevista), que dá nome ao bloco, reunia amigos no sábado de Carnaval e ia com eles até a Praça Castro Alves para lá brindarem com conhaque ao início da festa. Depois, cada um seguia seu caminho pelo Carnaval de Salvador.

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Foliões e o Zé preparam-se para seguir o Conhaque

A brincadeira foi crescendo porque, a cada ano, mais amigos juntavam-se ao grupo. Veio a padronização através das camisas, em 1996, o desfile organizado, o acarajé regado a cerveja na concentração, com apresentação para os familiares e para os moradores da Rua Renato Medrado, no Politeama, de onde eles saem. Segundo o economista Tony Araújo, o Conhaque atinge a maioridade, 21 anos, em 2012. Se o turista quiser conhecê-lo, a concentração começa às 12h30 do sábado de Carnaval (18 de fevereiro), no bairro Politeama, próximo ao Instituto Feminino, e a saída para a avenida será às 13h30. Quase no mesmo horário, e na mesma rua, o turista folião tem outro bloco sem corda para seguir, o Vá que depois eu vou (tel. 71 8125-7082), organizado pelo professor Jayme Quintas, também de camisa, com banda de sopro e bateria, e uma feijoada com cerveja antecedendo o desfile.

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Tony, o baiano sagrado e profano que é Carnaval

O percurso de ambos acontece no Circuito Osmar, passando pela Avenida Sete, Praça da Piedade, Relógio de São Pedro, Largo de São Bento e, finalmente, a Praça Castro Alves. Só aí, se tiver disposição para olhar, tem muitos dos atrativos turísticos do centro da cidade pelo caminho. Caso esteja interessado, a camisa do Conhaque do Zé custará R$ 50. Na concentração, os integrantes têm direito ao acarajé servido pela baiana Ione. E a cerveja é gratuita para os integrantes da agremiação. Informações: (71) 9168-0446 (com Tony).

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Baiana Ione, prepara o acarajé que acompanha o conhaque

Guto Araújo apresenta a camisa do Conhaque do Zé 2012

Confira aqui a programação oficial do Carnaval de Salvador.

E aqui, informações, telefones e endereços úteis para o turista-folião.

2 comentários:

J R N Cruz disse...

Essa sim é a cara da festa original, onde a alegria, a troça e a liberdade de expressão se destacam da atual festa dos camarotes e blocos de corda. A praça é do povo como o céu é do condor ", e as ruas e avenidas também. Todos convidados a nossa festa...

Bóia Paulista disse...

Oi. Tudo bem?

Seu post foi selecionado para a #Viajosfera, do Viaje na Viagem. Dá uma olhada em http://www.viajenaviagem.com

Até mais,
Bóia