quinta-feira, 29 de março de 2012

Crítica do historiador: Salvador não tem o que comemorar


Ao proferir a palestra em comemoração aos 463 anos de fundação de Salvador (29 de março de 1549), o historiador e arquiteto Francisco Senna fez um desabafo que marcou a sessão regimental na Câmara de Vereadores da capital baiana, na manhã desta quinta-feira, 29, data do aniversário da cidade. Segundo o historiador, aquela que já foi a primeira capital do Brasil hoje vive um estágio de incertezas e “falta de planejamento”. Ele advertiu que a cidade precisa da mesma atenção que merece um filho.



Francisco Senna  abordou desde o planejamento de Salvador como uma fortaleza, os momentos de pleno desenvolvimento nos séculos passados, chegando até os dias atuais. Ele explicou que a cidade nasceu com funções de sede de governo, vocação comercial, centro portuário, fortaleza, religiosidade e encontro de povos. “Fomos, no Século XVIII, a maior cidade do Hemisfério Sul”, informou. Ao encerrar a palestra, defendeu mudanças e pediu “o compromisso de cada um na busca do bem coletivo”.



Estudantes cantaram os parabéns à cidade e visitaram o Memorial da Câmara, local de preservação do acervo documental, iconográfico e mobiliário que contam parte da história de Salvador. (Foto: Rodrigo Soares/cms)


A história do prédio do Paço Municipal começa em 1550, um ano após a fundação de Salvador, quando foi construída, por Luis Dias, uma casa de taipa, recoberta por palha. Em 1660, reconstruída pelo governador Francisco Barreto de Menezes, ganhou a atual aparência, mas sem a torre, só incorporada à construção em  1698, por ordem de outro governador, D. João de Lencastro. Nesta época, além da torre, foram erguidas a casa de audiência, salas de segredos e enxovias (cadeias subterrâneas). Em 1734, há registros de pagamento do pintor Antônio Simões Ribeiro, mestre que pintou as armas da Cidade de Salvador (um pombo em vôo, com ramo de oliveira no bico), no meio do forro da sala de vereadores. Já em 1887, outra reforma deu ao Paço a fachada principal recoberta de decoração renascentista com janelas terminadas por frontões retilíneos e curvilíneos alternados. A antiga torre recoberta por meia laranja é substituída por torreão e o sino por relógio. Fonte: CMS
Estátua do fundador de Salvador, Thomé de Souza, e a torre do Paço


A solenidade em comemoração ao aniversário da cidade foi presidida pelo vereador e presidente da Câmara Municipal, Pedro Godinho, para quem, a melhor forma de homenagear Salvador é “cultuar a sua memória e os seus antepassados”. O coral da Câmara e a Banda de Música do Corpo de Bombeiros executaram, respectivamente, os hinos de Salvador e Nacional.

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