"Vá... que depois eu vou" lembrará antigos blocos de sopro

Na camisa a homenagem aos antigos carnavais

 "Vá...Que Depois Eu Vou!" é a proposta de um bloco sem corda, de sopro e percussão, que sai do bairro do Politeama, no centro de Salvador, no sábado de Carnaval e faz o circuito da Avenida (pela Avenida 7 de Setembro) até a Praça Castro Alves. O roteiro é o mais tradicional de Salvador e uma boa sugestão para quem ainda, a esta altura, não escolheu onde vai brincar este ano.

Os organizadores informam que o bloco terá como tema "Antigos Carnavais não voltam mais", com homenagem a blocos de sopro e percussão que desfilavam entre o Campo Grande e a Praça Castro Alves, com retorno pela Rua Carlos Gomes.

Eram a base da folia na capital baiana e antecederam a Axé Music. Barão, Jacu, Bafo do Jegue (um dos primeiros blocos de cordas, o que criou a mortalha como indumentária), Previsão 69, Pareô e Sniff são as entidades homenageadas.

  

Saída do Politeama em direção ao circuito da Avenida

O bloco foi criado pelos amigos e moradores do Politeama Jayme Quintas e Ricardo Pedreira. A proposta dos dois é a reunião de amigos e vizinhos para fazer um Carnaval tradicional. A concentração dos blocos do Politeama começa às 10h, com o esquenta ao som de música ao vivo. No mesmo local, os foliões encontram os integrantes do Conhaque do Zé, outro bloco tradicional de sopro e percussão e sem cordas do centro da cidade.

Quem comprar as camisas, terá direito a feijoada, sobremesa, água, refrigerante e cerveja gelada. Por volta de uma da tarde, o bloco vai para a Avenida. Enquanto os associados se abastecem, a banda oficial também faz uma apresentação para os moradores do bairro, lembrando os antigos "gritos de carnaval" que aconteciam ali nos anos 60 e 70.

Politeama foi sede de blocos famosos e escola de samba que levava seu nome

O bairro do Politeama, no centro da capital baiana, a poucos metros do Circuito da Avenida 7 de Setembro, tem tradição de carnaval. Já foi o ponto de partida do trio Elétrico de Armandinho, Dodô & Osmar, cujo caminhão estacionava na entrada do bairro para a passagem de som e últimos preparativos do seu desfile. O trio sempre tocava, antes de sair, duas ou três músicas para os moradores.

Quem é das antigas também lembra dos famosos Bafo do Jegue e Previsão 70 e, mais da antiga ainda, a Escola de Samba Polytheama, três vezes campeã baiana do carnaval de Salvador. O Bafo do Jegue foi um dos primeiros blocos a sair com corda e a usar a "mortalha", indumentária da época (anos 60), que precedeu o uso do macaão e do abadá. Nasceu da brincadeira de um morador que, inspirado pelo Bafo da Onça do Rio de Janeiro, pegou um jegue (de verdade), enrolou com papel higiênico e saiu para "brincar" o carnaval.

Entre as atrações turísticas do caminho, o belo Mosteiro de São Bento

O "Vá...que depois eu vou" começa o desfile por volta de uma da tarde. Quem for, pode observar o percurso pois vai passar por atrações turísticas como a (neogótica) Igreja das Mercês, Igreja do Rosário (cuja nave foi cortada para a abertura da Avenida 7 no início do século XX), a Praça da Piedade, o Relógio de São Pedro (monumento também da época da inauguração da Avenida 7 de Setembro, em 1915),  o conjunto arquitetônico do Mosteiro de São Bento e a Praça Castro Alves, onde os foliões poderão ver a estátua "siamesa" dos criadores do trio elétrico Osmar Macedo e Antônio Adolfo Nascimento (Dodô).

Veja aqui como foi um dos desfiles do bloco em outros carnavais.

Estátua de Dodô & Osmar

Serviço
O quê: desfile do bloco de sopro e percussão "Vá...que depois eu vou"
Quando: sábado de Carnaval, 14. Concentração às 10 horas
Onde: Politeama de Cima em direção á Avenida 7
Quanto: R$100 (abadá, feijoada, sobremesa, água, refrigerante e cerveja)
Informações: (071) 9983.9512 (Vivo) / (71) 8753-6749 (Oi)/  (71) 9238-8970 (Tim)