Blocos afro querem um espaço próprio que valorize a beleza das agremiações |
Parece que ainda não será em 2014 a criação do circuito do Comércio para o Carnaval de Salvador. Pelo menos no Seminário do Carnaval, encerrado nesta quinta-feira, 16, a proposta de instalação do Afródromo no bairro da Cidade Baixa não passou nas discussões.
A diretora de eventos da Saltur (empresa municipal de turismo responsável pela organização da festa), Eliana Dumet, disse que apesar de concordar que a festa precisa de renovação e mais espaços, isto não significa que necessariamente seja através da criação de novos circuitos.
No entanto, a Saltur não descarta ouvir a população. A proposta é considerar pré-carnaval o ano todo e não apenas eventos de outubro a março, anunciou Dumet. "Temos que ouvir o que o povo e os foliões querem. O carnaval sempre foi assim, as mudanças sempre aconteceram pela vontade espontânea do povo", completou o radialista Cristóvão Rodrigues, que também participou do evento.
Coube ao presidente do Cortejo Afro e da Liga dos Blocos Afro, Alberto Pitta, a defesa do projeto. Ele afirmou que não se resume a um circuito próprio, mas sim a requalificar os blocos afro, fazendo-os participar de forma digna do Carnaval de Salvador. O músico Ricardo Lélis foi outro defensor do tema. Ele acredita que nada vai mudar no carnaval se não passar por um planejamento estratégico de novos espaços e afirma que a ideia do Afródromo não é uma segregação, mas uma segmentação.
Para Sérgio Bezerra, presidente da Associação Carnavalesca das Entidades de Sopro e Percussão - pioneiro em antecipar o Carnaval para a quarta-feira, na Barra - antes de um novo circuito, a festa precisa se preocupar com a decoração das ruas, que está esquecida. "Ninguém fala mais sobre a cidade, sobre a caracterização. O que precisa não é de circuito novo e sim do melhor aproveitamento do espaço que já temos. Circuito não se faz da noite para o dia", afirmou.
O evento contou, também, com a participação de João Jorge, presidente do Olodum; Aroldo Macedo, do trio elétrico Dodô & Osmar, e os cantores Gerônimo Santana e Ricardo Chaves. Todas as ideias, sugestões e informações foram coletadas pelo relator da Comissão do Carnaval, o vereador Claudio Tinoco.
Entre estas propostas estão ordem dos desfiles das entidades carnavalescas, a instalação de um “fórum permanente”, camarotes, uso da corda, dimensão dos trios elétricos, isenção para blocos infantis e nova fórmula para formação do Conselho do Carnaval. O evento aconteceu em três dias de discussões no Teatro Jorge Amado, em Salvador. (Com informações da CMS e Comcar)
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