quinta-feira, 26 de abril de 2012

Pelourinho é logo ali: passeio no Centro Histórico

olha, sou baianinha!
Kátia prepara a baianinha sob o olhar atento da mamãe
O problema é conseguir chegar lá com tanto tema pelo caminho. Reservei uma tarde para fotografar e fazer um acervo para o blog. O objetivo: Largo do Pelourinho. Sai de casa com sol e cheguei a uma Praça Municipal (centro da cidade) nublada mas, surpresa, com feira de artesanato. Passei rápido, porque o tema já foi abordado em outro post, e aproveitei para registrar a sede da Prefeitura, o polêmico Palácio Thomé de Souza. Inaugurado em 16 de maio de 1986, trata-se de uma intervenção estética projetada pelo arquiteto João Filgueiras Lima, o Dr Lelé, em estrutura metálica e argamassa armada, a pedido do então prefeito Mário Kertész (1986-1988), que queria a sede da prefeitura de Salvador de volta ao coração da cidade.

O palácio foi montado no chamado "Jardim de Sucupira", apelido dado pelo povo ao mirante da praça, onde antes havia um prédio histórico que foi demolido. Para o deleite dos turistas com suas câmeras, dali temos como tema a Baía de Todos os Santos, Mercado Modelo, II Distrito Naval, Forte de São Marcelo, a marina e, bem mais distantes, a Península de Itapagipe, com a Colina do Bonfim, e a Ilha de Itaparica. O Elevador Lacerda e sua fila de gente para descer à Cidade Baixa, o Palácio Rio Branco e o Paço Municipal completam o conjunto da praça.


artesanato e prefeitura
Artesanato na Praça Municipal e o palácio T. de Souza
Tentei seguir porque o objetivo era o Pelourinho mas, aí apareceram eles, os turistas de navio. Dois grupos, de dois transatlânticos aportados em Salvador, chegaram com seus largos sorrisos de mar, enchendo a praça. E com eles, mais personagens. Sim, ainda existem em Salvador e sim, estão sempre perto de turistas. "Alegria, Alegria, filma aqui", e o cinegrafista Sérgio Mendes, voltava a câmera para o lado das vozes. Centro Histórico, Comércio (Mercado Modelo), Bonfim e Porto da Barra são os passeios básicos para quem tem poucas horas na cidade, ensina o Alegria. Seguindo a placa do guia de turismo Jorge Trinchão, e chamando "Alegria" a toda hora, o grupo seguiu para a Santa Casa de Misericórdia, enquanto eu segui com as minhas fotos.

alegria alegria
O guia cinegrafista Alegria e os turistas na maior pose
Mais uma parada. Logo ali, no Belvedere da Sé, mais uma personagem, a baiana. No Belvedere funciona o Memorial da Baianas, museu que conta a história de figuras tão significativas para a cidade. Dona Maria Luzia dos Santos, de 74 anos, já foi baiana de eventos mas, há 10, trocou os eventos pelo tabuleiro de acarajé, "comida do axé", enfatiza, deixando bem clara a origem do bolinho mais famoso da Bahia, o qual vende a R$ 4. Participante da Lavagem do Bonfim, contou que há algum tempo não faz mais todo o trajeto, mas sempre aparece em frente à Igreja de Nossa Senhora da Conceição da Praia, de onde sai o cortejo.

Sigo em frente pensando no Largo do Pelourinho. Já foi embora metade da carga da bateria da câmera. Mas, outra parada. O casal Tamires e Admar, mais a sogra, posa perante o monumento da Cruz Caída. Ele, de São Paulo, ela de Cipó, interior da Bahia. Mais conversas. Já na saída do Belvedere, Kátia Santana, de torço na cabeça, chama turistas para fotos. Ela criou um cenário de baiana do acarajé e capoeirista para que os turistas levem como lembrança, por R$ 2, uma foto com a indumentária típica. É só ajeitar a cabeça no painel. Simpática, Kátia conta que a ideia original é de uma advogada chamada Dora, com quem já trabalhou. Mas o capoeirista e o tabuleiro com as iguarias feitas de esponjas, são obras dela. Um sucesso. Ninguém resiste a fazer graça como "baiana".

personagens
Belvedere da Sé, Cruz Caída e baía ao fundo
Sigo. Praça da Sé lotada, apesar do tempo estar sem a beleza do sol. Outro casal pede para eu fazer a foto deles junto ao monumento ao primeiro bispo, Dom Pero Fernandes Sardinha, defronte à sede da Arquidiocese. Estamos quase no Terreiro de Jesus. Na escadaria da Catedral Basílica, cinco baianas, que enfeitam a praça com suas indumentárias coloridas, descansam. Aqui, apesar da simpatia e de responder a algumas perguntas, nada de fotos. Para fotografar ou posar ao lado de uma delas, é preciso "dar uma ajuda. É o nosso trabalho", argumentam. Estão certas. Vou em frente.

Praça da Sé
P.da Sé em dia de movimento e lateral da catedral lá atrás
Já defronte à primeira Faculdade de Medicina do país, transformada em memorial, e da famosa Cantina da Lua, onde, antigamente, começava a Festa da Bênção, mais uma parada. Tem capoeiristas na praça. Mestre Macaco e Mestre Zebra, acompanhados de músicos com timbaus e berimbaus, também fazem pose, ensinam passos da capoeira de rua, mistura de Angola (do Mestre Pastinha) e Regional (do Mestre Bimba) e vendem CD's, DVD's, além de esperar a famosa "ajuda" pelas fotos. Fui liberada de pagar, não sem antes ter que fazer um monte de fotos dos passos dirigidos pelo mestre, que não se inibe em parar as poses pra câmera do blog quando vê um casal de turistas. Lá vai ele com os DVD's nas mãos. É o trabalho dele, sigo com o meu.

capoeira no terreiro
Os mestres demonstram habilidade no jogo
Na rua Alfredo de Britto, uma das que desembocam no Largo do Pelourinho, um chuvisco me obriga a entrar na Cantina da Lua. Toldos na calçada impedem fotos da bela fachada antiga. No Largo do Cruzeiro, defronte à Igreja de São Francisco, chego bem na hora em que um grupo de teatro desarma o cenário. É a temporada "Verão Cênico - Tem Teatro na Bahia", da Fundação Cultural do estado, com espetáculos gratuitos nas ruas e em teatros. Bateria fraca, últimas fotos: o largo e com o cruzeiro e igreja ao fundo. Amanhã tem mais passeio. Quer ver de novo? Vá ao flickr! #fui.

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