terça-feira, 24 de abril de 2012

Esculturas de Jorge e Zélia podem enfeitar o Rio Vermelho

Largo da antiga igrejinha foi escolhido para receber a escultura de Jorge Amado
E por falar em Jorge Amado, o escritor baiano e a sua eterna amada, a escritora Zélia Gattai podem ganhar uma bela homenagem em forma de escultura. A ideia partiu do artista plástico Tatti Moreno e foi apresentada ao presidente da Bahiatursa e secretário de Turismo, Domingos Leonelli na semana passada. O projeto prevê a criação de esculturas em bronze para comemorar o centenário do escritor. Tatti Moreno apresentou uma miniatura da obra que tem a figura de Jorge Amado sentado em um banco, segurando na mão da sua companheira Zélia Gattai. O inseparável cãozinho Fadul, da raça Pug, que pertencia a Paloma Amado, filha do casal, mas que, na verdade, era companheiro mesmo dos escritores na casa onde viviam, no Rio Vermelho, também faz parte da obra.


A proposta de Moreno é a de que as esculturas de Zélia, Jorge e Fadul sejam expostas no Largo de Santana, bairro do Rio Vermelho, ponto turístico da cidade, a partir do dia 10 de agosto, data da comemoração do centenário de nascimento de Amado. De acordo com a informação da Bahiatursa, o projeto tem o apoio parcial da Caixa Econômica Federal e será estudado pelo Governo do Estado, através da Secretaria do Turismo, para ser viabilizado.

Para entender melhor a escolha do bairro e local da exposição da obra proposta por Tatti Moreno - o mesmo escultor que criou as belas esculturas dos orixás que enfeitam a margem e o o espelho 'água do Dique do Tororó - recomendo a leitura do interessante livro de Zélia Gattai, "A Casa do Rio Vermelho", da Companhia das Letras. Nele, a escritora conta como foi a decisão do casal, que morava no Rio de Janeiro, de retornar à Bahia em 1963, a escolha da casa, a influência de amigos como o artista plástico Carybé (Héctor Júlio Páride Bernabó, 1911-1917), que já morava no bairro, ("em um sobrado em cima de uma padaria, no Largo de Santana") e o motivo da escolha.
"Ao saber da compra da casa, todo mundo se admirou: por que no Rio Vermelho e não num bairro nobre, como a Barra, o Corredor da Vitória, por exemplo? (...) Estávamos contente de morar no Rio Vermelho, contentes da vizinhança de nossos amigos." (Zélia Gattai, A Casa do Rio Vermelho, página 36, Companhia das Letras)

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