Olodum, OSBA e Dona Flor animam o centro histórico

O fim de semana será movimentado no Centro Histórico de Salvador com show do Olodum (leia aqui) em comemoração aos 33 anos de criação do famoso grupo, concerto da Orquestra Sinfônica da Bahia pelos 30 anos de fundação e o primeiro dia da nova temporada do evento Merendas de Dona Flor, retomado neste ano de comemoração do centenário de nascimento do escritor Jorge Amado, além do concerto da Orquestra Sinfônica Juvenil da Bahia - Neojiba. Fora as merendas da famosa personagem do livro Dona Flor e Seus 2 Maridos, que serão vendidas defronte ao casarão da Fundação Casa de J.A., no Largo do Pelourinho, os demais eventos terão entrada gratuita.


Os concertos clássicos, com peças de Mozart e Bach (veja nos posts anteriores) acontecem no interior de duas das mais belas igrejas do conjunto do Patrimônio Histórico da Humanidade que está sob a responsabilidade da população de Salvador. A Orquestra Sinfônica Juvenil da Bahia (Neojiba), interpretando Mozart (leia aqui), apresenta-se na Catedral Basílica neste sábado, 28. O evento Merendas de Dona Flor também é hoje, a partir das 16h, no Largo do Pelourinho, com iguarias regionais citadas nos livros de Amado. Uma boa pedida é chegar antes, merendar e depois seguir para o concerto.

Já o concerto da Orquestra Sinfônica da Bahia, interpretando Bach em comemoração aos 30 anos de fundação (leia mais aqui) acontece domingo, 29, na Igreja (de ouro) de São Francisco (Largo do Cruzeiro). Os concertos clássicos estão marcados para começar às 17 horas.

O show do Olodum 33 anos (Olodum) será no Largo Pedro Arcanjo neste domingo, 29, a partir das 16h. O grupo vai receber como convidados antigos integrantes da banda e tocar sucessos da carreira, revisitando o repertório desde o primeiro disco de Vinil Egito Madagascar. O Largo Pedro Arcanjo faz parte de um conjunto de três praças que aproveitaram espaços vagos entre os casarões, para possibilitar a realização de eventos culturais. Além dele, há os largos Tereza Batista e Quincas Berro D'Água, nomes de personagens de Jorge Amado (1912-2012). Os espaços pertencem ao governo.

A bela fachada esculpida da Igreja da Ordem Terceira de São Francisco

Se chegar cedo, aproveite (você morador para rever e o turista para conhecer) as preciosidades das adjacências. Já falamos da Catedral e da Igreja de São Francisco nos posts sugeridos para maiores informações sobre os eventos, mas na mesma região há uma peça histórica muito bonita: a Igreja da Ordem Terceira de São Francisco, que fica bem ao lado da igreja e convento de São Francisco. O primeiro destaque é a fachada esculpida, única em Salvador. Toda ela estava escondida sob camadas de rebocos e foi descoberta por acaso por um pintor em uma das obras de recuperação do templo. No interior, destaca-se o conjunto de azulejos portugueses com imagens inéditas de Lisboa.

Caso queira um roteiro de visita, aí vai a sugestão: depois de admirar a fachada, entre pelo corredor lateral (à esquerda), onde estão as barras de azulejos portugueses do século XVIII e quadros de pintura sacra. O corredor à esquerda dá acesso ao ossuário da Ordem  Terceira Secular de São Francisco e, à direita, à sacristia. Observe os trabalhos de talha dourada  do início do século XIX no teto e altares, quadros e imagens de pintores e escultores sacros, mais uma barra de azulejos que serão vistos também em outros ambientes, o mobiliários em jacarandá e o raro lavabo de mosaicos em mármore, peça única no Brasil.

No claustro está o conjunto de azulejos mais importante em termos históricos pois revela como era Lisboa, a capital de Portugal, antes do grande terremoto de 1755 que destruiu grande parte da capital de Portugal. A coleção retrata o casamento de D. José de Portugal e de dona Maria Ana de Bourbon. Na Casa dos Santos, ficam as 14 imagens de roca, santos ocos para serem mais leves, que eram levadas na antiga Procissão de Cinzas. A imagem do Senhor Morto era a figura central do cortejo religioso. Na capela-mor destacam-se os medalhões em talha dourada da primitiva decoração do templo (século XVIII). A escada de pedra portuguesa com laterais decoradas em azulejo dá acesso ao andar onde estão a secretaria e a sala de sessões, esta com mais azulejos que retaram Lisboa antiga, imagens e pinturas sacras. O órgão fabricado na Bahia entre 1840 e 1850 e pinturas sacras de1845 completam o roteiro na sala do coro.