Cacique foi à Câmara Municipal defender a criação do Afródromo |
O cantor e compositor Carlinhos Brown defendeu, na tarde desta sexta-feira, 15, que os blocos afro de Salvador não devem ter vergonha de dizer que querem ganhar dinheiro com a criação do Afródromo. Idealizador do projeto, Brown afirmou que lutará para que todo o trabalho dos blocos afro no carnaval seja transformado em recurso para a sobrevivência e o fortalecimento destas instituições.
Segundo o artista, é preciso dar aos agentes que fomentam a cultura popular os méritos das vitórias alcançadas com a festa. “Se eu quero ganhar dinheiro? Quero. E não é pouco. Quero muito. Não tenham vergonha de dizer que querem ganhar muito dinheiro. Esse recurso é essencial para a família de vocês e, principalmente, para o fortalecimento de suas instituições. O Afródromo veio também para ganhar dinheiro”, declarou.
Ele respondeu, ainda, aos que consideram o projeto do novo circuito do Carnaval da capital baiana como uma medida separatista. “Só quem não sabe a história de luta do Ilê Aiyê pode falar uma besteira desta. O Afródromo não nasceu para separar nada. Queremos passar em bloco e lutamos pela nossa valorização. Não devemos assumir esta decadência que não nos pertence. Só temos problemas de gestão. Conteúdo nós temos.”
A discussão sobre este e outros temas foi realizada em uma audiência pública de iniciativa da Câmara Municipal de Salvador para tratar do Carnaval 2014. Afródromo, requalificação, inversão do circuito, espaço para a imprensa e situação dos artistas estiveram em pauta no debate.
“Apenas 25% da população participa efetivamente da festa. Temos a obrigação de tratar bem o nosso produto para que ele seja cada vez melhor. Em 2014, por exemplo, teremos dois carnavais. Não podemos ter dois grandes problemas. Teremos que fazer com que a Bahia e a nossa festa sejam bem vistas pelo país e pelo mundo”, declarou o vereador Leandro Guerrilha, que convocou a audiência.
Também estiveram presentes à mesa de debates o presidente do Sindicato dos Músicos da Bahia, Sidnei Zapata, o coordenador-executivo do carnaval de 2012, Jairo da Mata, e o presidente do Conselho Municipal do Carnaval, Pedro Costa, que defendeu o projeto do Afródromo e a pluralidade dos debates com a sociedade civil organizada para que a festa seja aprimorada a cada ano. (Fonte: CMS)
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