terça-feira, 14 de janeiro de 2014

Lavagem do Bonfim ganha título e terá dois cortejos

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Igreja do Bonfim sendo preparada para a festa (Foto: Gabriel Lima/agecom)

Os moradores de Salvador, acompanhados de muitos turistas, celebram na quinta-feira a 241ª edição da Lavagem do Bonfim. Este ano algumas novidades trazem curiosidade para a festa. A primeira é a entrega do título de Patrimônio Imaterial Nacional e a segunda é a realização de dois cortejos religiosos até a Colina Sagrada, no bairro do Bonfim, Cidade Baixa.

A solenidade de reconhecimento oficial da festa como Patrimônio Imaterial Nacional será nesta quarta-feira, 15, às 9h, em cerimônia no adro da igreja, na Colina Sagrada. A ministra da Cultura, Marta Suplicy, e a presidente do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), Jurema Machado, entregarão o título ao prefeito ACM Neto, ao governador Jaques Wagner, ao arcebispo Dom Murilo Krieger e demais autoridades.
Quem tem fé vai a pé e depois pára para rezar e receber água de cheiro

A lavagem é tradicionalmente celebrada na quinta-feira que antecede o segundo domingo (dia oficial da festa) após a Festa de Reis (comemorada pelos católicos no dia 6 de janeiro). Com dois cortejos, o primeiro, realizado pela Arquidiocese de Salvador, sairá às 8h, com duas horas de antecedência do cortejo histórico e tradicional das baianas. O ponto de partida de ambos é a Igreja de Nossa Senhora da Conceição da Praia, no bairro do Comércio. O percurso tem cerca de 8km e a tradição manda que os fiéis o façam a pé!

Mesmo com o respaldo da Arquidiocese de Salvador e da secular Irmandade do Senhor do Bonfim, que é responsável pela basílica, os católicos e demais integrantes do cortejo da "lavagem de corpo e de alma" não terão acesso ao interior da igreja, asim como todos os demais participantes da festa. Já nas escadarias, apenas as baianas terão acesso para proceder a "lavagem", com flores e água de cheiro.

Evento que atrai a atenção de todo o país, a animada Lavagem das escadarias da Igreja do Bonfim, destaque tradicional do calendário de festas e do turismo de Salvador, teve origem no ato de preparação da igreja para a Festa do Bonfim, comemorada no domingo. Segundo historiadores este ritual acontece desde 1773, vinte e oito anos após a inauguração da igreja.

A lavagem é simbólica é feita apenas pelas baianas (Fotos: Max Haak/agecom)


Os moradores do bairro se reuniam para uma grande faxina. Os escravos (e depois os moradores) eram responsáveis por buscar a água em fontes próximas, carregadas em vasilhames nos lombos de burros até a colina. E o trabalho era feito com cantorias e danças. Daí para a tradição foi um pulo.

Transformada em festa, a lavagem foi mantida fora da nave da igreja basílica por dois decretos oficiais da Arquidiocese de Salvador, a Primaz do Brasil - o de 1889, só durou um ano, pois em 1890 as baianas voltaram a entrar na igreja cantando e dançando para a lavagem. Em 1942, novo decreto detalhou minuciosamente que ficava proibida lavagem festiva dentro de qualquer igreja de Salvador. (Com informações da Agecom Salvador. Foto: /Agecom)

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