Assinado termo para criar memorial na casa de Jorge e Zélia

Os Amado, o prefeito e o ex-senador Antônio Carlos Jr  no quintal da Casa

O imóvel onde moravam Jorge Amado e Zélia Gattai será aberto ao público no dia 2 de julho, dia da Independência da Bahia e data do aniversário de Zélia Gattai, como um memorial em homenagem aos dois escritores. Com um investimento de R$ 6 milhões (R$ 3 milhões do município e a outra metade da iniciativa privada através da Lei Rouanet) a Casa do Rio Vermelho ganhará 20 espaços temáticos que contarão as histórias do casal, que viveu no local no período de 1964 a 2001.

Cada espaço contará diferentes aspectos da obra do escritor. Um será dedicado a  "Jorge Amado – muita vida, tantas obras". Outro, à "Zélia Gattai – companheira graças a Deus".  "As criaturas de Jorge Amado" ganham outro dos espaços da casa e assim por diante, cada qual com seu título. A expectativa é receber até 10 mil visitantes por mês e 50 mil na alta estação. Uma taxa de visitação será cobrada e o espaço vai contar com uma loja de souvenires e um café de forma que o memorial seja auto-sustentável.

O prefeito ACM Neto e os dois filhos dos escritores, Paloma Jorge Amado e João Jorge Amado, participaram da solenidade para a assinatura do termo de cessão de uso por um período de 10 anos, nesta sexta-feira, 31.  A casa de número 33 da rua Alagoinhas, no bairro do Rio Vermelho, é o primeiro de 11 equipamentos turísticos e culturais que serão entregues pelo poder  público municipal até 2015, informou o prefeito.

ACM Neto, Paloma Jorge Amado e a escritora Myriam Fraga

“Será um museu para visitação de pessoas do mundo inteiro, lembrando e contando toda a história de Jorge e Zélia, mas também estimulando jovens, principalmente da nossa cidade, a terem proximidade com a literatura. Teremos aqui um museu de vanguarda, que servirá de referência, e que fará justiça com a nossa história”, afirmou ACM Neto.

De acordo com o secretário de Desenvolvimento, Turismo e Cultura, Guilherme Bellintani, as obras de adaptação vão preservar o perfil arquitetônico do imóvel. “Como ela era e como é hoje obedece a convivência de Jorge e Zélia. O que faremos serão intervenções para permitir acessibilidade e melhor mobilidade, além de revisão elétrica e hidráulica. Vamos ainda aplicar novas tecnologias, elementos de cenografia, que vão fazer com que o público tenha interatividade com as obras”, observou.

História. Na Casa do Rio Vermelho, como é conhecida, Jorge Amado escreveu muitos dos seus romances. Comprada em 1960 com o dinheiro da venda dos direitos do livro Gabriela, Cravo e Canela para a companhia de cinema norte-americana Metro Goldwin Mayer, a casa mais tarde virara título de um dos livros de memória de Zélia gattai, publicado em 2002. Já passaram pelo local nomes ilustres como Glauber Rocha, Pablo Neruda, Tom Jobim, Dorival Caymmi, Roman Polanski, Jack Nicholson, Sartre e Simone de Beauvoir entre tantos outros. (Fonte: Agecom Salvador. Fotos: Valter Pontes/Agecom)