quinta-feira, 17 de maio de 2012

Museu de Serrinha expões peças raras no Salão de Turismo

O I Salão Baiano de Turismo, que está sendo realizado no Centro de Convenções da Bahia, abriu há pouco, os portões para o, público. Com o objetivo de apresentar uma visão geral do que o estado oferece em termos de turismo, o evento demonstra, pelo que vi, que foi muito bem estruturado e conseguiu um "aperitivo" de cada região do Estado. Como a entrada se dá pelos portões do Pavilhão de Feiras, justamente onde está a Praça do São João da Bahia, sugiro que comece logo por este espaço a sua visitação. Depois de acompanhar a visita oficial, quando parei para almoçar no Espaço Goumet, onde acontece a mostra de gastronomia, fui resgatada pela culinarista Solange, que foi ao local em busca de clientes para a sua barraca gastronômica, em outro espaço. Nem cheguei a experimentar a tainha defumada do Sul da Bahia e me acabei, sentada na Praça do Forró, em um prato caprichado de purê de aipim com carne do sol, especialidade do restaurante Portão de Ferro, da Rua Djalma Dutra, em Salvador.

Como já estava na área mesmo, visitei as exposições "Corredor da História", que aborda o instrumento-chave do trio elétrico, a guitarra baiana. É composta de fotos e das guitarras pertencentes ao músico Armandinho Macedo. Ao lado, a bela "Saveiros da Bahia", de Bel Borba. Chama a atenção um enorme "esqueleto de saveiro" com rabo de baleia. Deve ser fibra de vidro - não perguntei porque não havia, ainda, quem informasse sobre as mostras - e o valor estético para uma foto é fantástico. Faça, se puder. Há, ainda uma exposição chamada "Mostra Cultural da Bahia", que é um resumo do que a Bahia tem neste quesito. Como a feira ainda estava vazia, no palco apenas um grupo de forró passava o som e os expositores se preparavam para o público. No palco, como em vários pontos do salão, serão realizadas as várias apresentações artística que mostarrão exemplos da outra forma de fazer música na Bahia que não o pagode e o axé. Vale a pena conferir.


Andando mais um pouco, já subindo em direção à área dos estandes das regiões turísticas, chama a atenção a exposição "Museu Particular do Gonzagão". Pare aí, porque é a  cereja do topo do bolo desta área do salão baiano. O pesquisador Guilherme Machado dos Santos, de Serrinha, recebe o visitante vestido a caráter e apresenta as raridades que coletou ao longo de 35 anos de pesquisa sobre a cultura nordestina e sobre o Rei do Baião Luiz Gonzaga. "O que você vê aqui não é nem 20% do que tem lá em Serrinha", explica. O museu, direciona, fica no centro histórico daquela cidade.

Para diantar para você que vai ao salão de turismo, três peças são destaques na exposição. A primeira e mais antiga peça do acervo, é o fole pé de bode, uma sanfona de oito baixos datada de 1908. A peça pertenceu a Januário, pai de Luiz Gonzaga. Melhor foto sem flash, advertiu Guilherme. Dela, vá para a mesa do rádio RCA, de 1933, de válvulas, o mais antigo do acervo de aparelhos de rádio do museu. O detalhe do rádio é que tem o mesmo nome da antiga gravadora de Gonzagão, aponta Guilherme. Em seguida, o pesquisador mostra a caixa de uma coleção de CD em que o rei do Baião, sentado, toca uma sanfona antiga, marca Koch e aponta para outra mesa: ela está ali e tem história. Dona Helena, esposa de Gonzagão, presenteou o cantor e compositor de forró pé-de-serra Negrão dos 8 Baixos com a sanfona. Depois da morte do músico, que também era de Serrinha, a sanfona foi para o museu da cultura nordestina.

Depois de explicar que Gonzagão gravou um clipe para a antiga Vera Cruz tocando a sanfona Koch, datada de 1928, Guilherme mostra o primeiro LP (atualmente chamado de vinil) gravado por Gonzagão. O Museu Particular do Gonzagão, de Serrinha, tem mais de 300 peças da cultura nordestina, e espaços dedicados a Lampião e Maria Bonita, ao Padre Cícero, ao Frei Damião e a Luiz Gonzaga. A exposição, no Centro de Convenções, está imperdível. O I Salão Baiano de Turismo pode ser visitado até sábado, 19, das 14 às 22 horas.

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